Esse texto é uma colaboração especial de uma autora convidada 💖 As opiniões aqui expressas são pessoais e não refletem, necessariamente, a visão do No Mundinho do GL — mas adoramos abrir espaço pra múltiplos opiniões e perspectivas!
Um plot interessante
Para quem ama dramas GL de casamento arranjado, Denied Love chegou como uma bomba emocional. O enredo traz Rin e Khem em um relacionamento marcado por angústia, desejo unilateral e conflitos internos que prendem o espectador do início ao fim. A série consegue, logo nos primeiros episódios, fazer o coração do público afundar com cada gesto, olhar e diálogo.
A interpretação de June Nannirin como Rin é simplesmente hipnotizante: uma personagem confusa, fria, patética e, ao mesmo tempo, irresistível. É impossível não se irritar, querer chorar, ou até dar uns tapas nela, tamanha a entrega emocional da atriz. Cada fita de vídeo gravada por Rin no final dos episódios oferece camadas de vulnerabilidade, tornando impossível odiá-la completamente.
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E Khem, interpretada por Enjoy, é a personificação da esperança em meio ao caos. Mesmo presa a um relacionamento tóxico e sem futuro, ela cativa e gera empatia, equilibrando a frieza de Rin com sua energia calorosa e inocente.
A série acerta ao mostrar os extremos emocionais das personagens. Rin provoca e afasta, mas também se entrega em momentos de vulnerabilidade, especialmente nas fitas de vídeo gravadas no final de cada episódio. É aí que você percebe que, apesar de toda frieza, há humanidade e fragilidade na personagem. Khem, por outro lado, sofre, espera e se entrega a um amor improvável, reforçando a intensidade do drama e fazendo o público torcer mesmo sabendo que o desfecho é incerto.
Um roteiro que não corresponde à química

Se o coração do público é incendiado pelas protagonistas, a cabeça frequentemente se frustra. O roteiro de Denied Love é irregular e repetitivo, preso ao ciclo interminável de “vai e volta” emocional. Muitas cenas românticas parecem forçadas, diálogos não levam a lugar nenhum e momentos que poderiam ser memoráveis (como o pedido de casamento da Rin ou a observação das estrelas na praia) simplesmente foram ignorados.
A direção, por sua vez, falha em explorar a química visível das atrizes, a série erra ao priorizar sons artificiais e efeitos desnecessários em cenas íntimas, em vez de deixar que a química natural das atrizes conduza a tensão. Beijos limitados, olhares que poderiam incendiar a tela e gestos sutis foram subutilizados. É frustrante, especialmente considerando o potencial da dupla. O resultado? Uma experiência que poderia ser arrebatadora e apaixonante se torna, às vezes, frustrante.
Atuação que salva o drama

Apesar de todos os tropeços técnicos, é impossível negar que as atuações são o verdadeiro coração de Denied Love. June entrega uma Rin de camadas complexas, que oscila entre frieza, arrogância e fragilidade de forma tão crível que o espectador se vê dividido entre odiá-la e abraçá-la. Ela domina cada silêncio e cada olhar com uma intensidade rara, transformando momentos simples em cenas memoráveis. A construção da personagem é tão visceral que mesmo nos piores deslizes do roteiro, Rin continua magnética, impossível de ignorar.
Khem, por sua vez, interpretada com delicadeza por Enjoy, é a âncora emocional da trama. Enquanto Rin transita entre caos e indecisão, Khem sustenta a narrativa com sua entrega silenciosa, carregada de dor, inocência e esperança. Em mãos menos competentes, a personagem poderia facilmente se tornar apagada ou até irritante, mas Enjoy consegue transmitir uma verdade que ressoa fundo no público, tornando Khem a alma vulnerável e resiliente da história.
Essa força das atrizes faz com que o espectador esteja disposto a perdoar os deslizes do roteiro e as limitações da direção. As cenas de redenção, em especial quando Rin demonstra vulnerabilidade diante do pai ou nos raros momentos de sinceridade com Khem, revelam a profundidade emocional que a série tenta — e por vezes falha — em atingir. Nessas horas, é como se toda a produção ganhasse nova vida, provando que, mesmo quando tudo parece capenga, as atuações de June e Enjoy são capazes de segurar o peso do drama e transformá-lo em algo inesquecível.
Veredito final: viciante e imperfeito

Denied Love é um GL que mistura dor, paixão e frustração em doses intensas. Não é perfeito, tropeça em roteiro, direção e escolhas narrativas, mas a química de EnjoyJune é tão potente que supera todos os defeitos, tornando a série viciante e emocionalmente envolvente.
Para quem gosta de dramas com personagens complexas, tensão sexual e emocional e relacionamentos tóxicos, Denied Love é uma experiência inesquecível. Você vai sofrer, se apaixonar, se irritar e, ainda assim, querer mais. Um drama tóxico, caótico e arrebatador, que prende pela química das protagonistas, mesmo quando falha em narrativa e direção.
Esse texto é uma colaboração especial de uma autora convidada 💖 As opiniões aqui expressas são pessoais e não refletem, necessariamente, a visão do No Mundinho do GL — mas adoramos abrir espaço pra múltiplos opiniões e perspectivas!
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